As serpentes vindas do Médio Oriente nos Textos das Pirâmides. Reflexão sobre as relações egípcias-orientais nos textos religiosos mais antigos

  • Joanna Popielska-Grzybowska Academia Polaca das Ciências
Palabras clave: fórmulas de serpentes, criaçao religiosa da realidade, lingua do Oriente Médio, glossolalia

Resumen

Os Textos das Pirâmides, criados na civilização do Antigo Egipto e contextualizados pela crença na vida para lá da morte, tinham como objectivo acompanhar a viagem do defunto para o Além, proteger e assegurar a satisfação das suas necessidades uma vez ali chegado. A particularidade dos Textos das Pirâmides reside no facto de terem sido compostos para ajudar o faraó a caminho do céu, e, como a verdadeira existência do rei no Além nunca poderia ser questionada ou ameaçada, estes textos mais antigos do mundo transmitem uma mensagem positiva, sendo manifesto o prazer e desejo pela vida. Esta atmosfera positiva é, contudo, invadida por menções a forças inimigas, ou perigos, que devem ser combatidos, e que no corpus do texto estão associados, por exemplo, às “fórmulas de serpentes”. A ênfase principal do artigo será dada à questão de como as “fórmulas de serpentes” e a sua linguagem demonstram as relações do faraó e do povo egípcio com os habitantes do Médio Oriente.

Pretende-se, ainda, tendo por base os Textos das Pirâmides, apresentar as ideias em torno da presumível origem das “fórmulas de serpentes” e a sua relação com o criador Atum. Deste modo pode-se perceber a essência do mundo como a obra completa do criador.

Portanto, serão examinados os argumentos contextuais, a linguagem das “fórmulas de serpentes” nos Textos das Pirâmides, nomeadamente, a gramática, o vocabulário, a fraseologia e os efeitos onomatopeicos, para elucidar o seu papel na revelação dos meios linguísticos de expressão usados. A metodologia do método de “visão linguística” é utilizada.

Publicado
2023-03-12